terça-feira, 29 de setembro de 2015

3 requisitos indispensáveis para o processo de cura

Os 3 requisitos que estão sempre presentes em um processo de cura, especialmente na área da saúde mental, são:

  1. Intencionalidade (querer mudar)
  2. Relacionamento (transferência)
  3. Ritual (técnica)
Vejamos a psicanálise. Freud foi certamente um autor genial e podemos aprender muito sobre as pessoas lendo as suas obras. Entretanto, se ele tivesse apenas analisado o comportamento em seus livros, seria um autor importante mas mais próximo de um romancista. Porém, ele fez mais.
Em suas obras ele demonstra que a psicanálise pode curar, trazendo a possibilidade de que o paciente queira realmente a mudança com a análise. Ao mesmo tempo, ele enfatiza a necessidade da transferência, de um relacionamento profundo entre o paciente e o analista e, por último mas não menos importante, ele cria uma técnica (que Dilts chama de ritual) que é inovadora: o divã e a associação livre.

Intencionalidade (querer mudar)

Dizem que desejar a mudança, desejar a cura é metade do processo. Quando estudamos psicanálise, aprendemos que a análise não inicia no primeiro dia. Antes de acontecer a entrada em análise, há as entrevistas preliminares. Através delas averigua-se se o paciente possui realmente uma demanda de análise ou não, além de ser feita a avaliação do quadro clínico.
Mas depois da entrada em análise, a cada sessão, também notamos que o paciente volta e meia foge do que é mais importante – o que Freud chamou de resistência. Em vez de falar o que precisa falar, fala sobre banalidades, sobre o cotidiano.
Com o tempo, porém, as resistências vão sendo superadas e o querer mudar, ou encontrar a própria verdade, nos dizeres de Lacan, acaba ocorrendo dada a intenção do paciente.

Relacionamento (transferência)

Porém, nem com toda a vontade de querer mudar, haverá mudança se não houver relacionamento, rapport ou transferência entre o paciente e o terapeuta ou analista. Lacan foi muito feliz ao dizer que o analista ocupa a posição de saber. Em outras palavras, o paciente acredita que o analista possui um saber, um saber que vai lhe ajudar a contornar as suas dificuldades.
No plano emocional e afetivo, muitos conteúdos podem aflorar quando acontece a identificação do analista com uma pessoa importante do passado, como o pai, a mãe ou outro.

Ritual (técnica)

O ponto que penso ser mais fundamental para a realização da mudança é o que Dilts nomeia como ritual. A inovação da psicanálise ou de outras linhas da psicologia (como a Mindfulness, Gestalt, Psicodrama, etc) reside na criação de um ritual. Mas não confundam a palavra ritual com um evento religioso. Entendemos e usamos a palavra ritual aqui como uma analogia para um processo que se repete, que é repetitivo, e que tem normas bem definidas.
Nesse sentido, fazer análise às quartas-feiras, por 50 minutos, deitando-se no divã e associando livremente é um ritual. Sentar-se em uma prática meditativa, todos os dias por 20 minutos é um ritual. Ir para o consultório e se colocar no papel, na pele, de pessoas com quem convivemos – como na Gestalt ou no Psicodrama – é também um ritual.
Por isso, um dos textos mais centrais na obra de Freud é Recordar, Repetir e Elaborar. 

A cura religiosa

Sem querer misturar as coisas, também podemos analisar através da psicologia da religião, aqui sucintamente, como o processo de cura religiosa segue um padrão semelhante.
Existe um adágio que diz: “quando o discípulo está preparado, o mestre aparece”. O que dá ensejo à interpretação de que a cura começa a acontecer, a mudança, a partir da época em que a pessoa tem a intenção de pelo menos dar início ao processo. O líder religiosa exerce um papel de autoridade que consistiu um relacionamento profundo para o fiel e os rituais são os rituais que conhecemos.

Conclusão

Existem evidentemente muitas diferenças entre o processo de mudança dentro da psicanálise, dentro de outros modelos psicoterapêuticos, e dentro das tradições religiosas.
Porém, mudadas as formas, percebemos que há uma estrutura padrão. Afinal, não é possível a cura ou a mudança sem a procura, sem a intenção. Assim como não haverá se não houver um relacionamento e uma prática constante e que se mantenha por certo tempo.

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Luto e depressão: diferenças entre o DSM-IV e DSM-5

Perder uma pessoa querida é provavelmente uma das dores mais fortes que alguém pode ter ao longo de sua vida. Todos nós somos seres que dão significado à vida através das ligações que fazemos, ligações estas que, na psicologia, chamamos de vínculos. Quando um vínculo é partido, na morte ou no rompimento de uma relação amorosa ou de amizade, uma parte do sentido atribuído anteriormente se perde. Por isso, não raro ouvimos falar, após uma perda, que “a vida perdeu o sentido”.

Freud associou o luto à melancolia (hoje utilizamos o termo depressão). A diferença entre a depressão e o luto, segundo o pai da psicanálise, é que no luto não encontramos a autorrecriminação. Para ele, na melancolia – ou depressão – a pessoa tem todos os sintomas de uma pessoa em luto, e uma característica a mais, portanto, a autorrecriminação, ou seja, a pessoa recrimina a si mesma.
Assim, desde o início do século com os trabalhos do Freud, vemos que o luto esteve de certa forma ligada ao conceito de depressão. Como sabemos, a depressão é um transtorno mental. Dada a proximidade entre o luto e a depressão, seria o luto também um transtorno mental?

O DSM-IV e o DSM-5

A questão sobre luto no DSM-IV e no DSM-5 foi nos colocada por uma querida aluna do nosso Curso sobre o DSM-5. Para quem não conhece, o DSM é o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, criado há algumas décadas para unificar a terminologia sobre as doenças mentais pela APA, Associação Psiquiátrica Americana.
Devido à hegemonia dos Estados Unidos, o DSM se consolidou como uma referência para o diagnóstico dos transtornos mentais em todo o mundo. Entretanto, com o tempo, diversas críticas foram feitas.
No início do nosso século, iniciou-se, então, um trabalho de reformulação de diversos transtornos, já a partir do DSM-IV e depois com o DSM-IV-R (revisado). Uma destas modificações foi justamente sobre o luto.
Na versão atual, DSM-5, publicada pela primeira vez em 2013 (em inglês) e em português (2014), há a recomendação para o clínico – psicólogo ou psiquiatra – não eliminar a possibilidade de diagnosticar uma pessoa que acaba de perder uma pessoa próxima com transtorno depressivo maior. Como disse acima, há uma profunda relação entre os sintomas da depressão e o luto. Razão pela qual uma pessoa em luto pode estar em depressão.
Em outras palavras, até o DSM-5, havia uma separação nítida entre o luto e a depressão. Havia uma regra que excluía o diagnóstico de depressão para uma pessoa em luto. Porém, apesar de diversas críticas, os autores do DSM decidiram retirar esta regra. E, portanto, muitos jornais noticiaram que um pai, por exemplo, que acabou de perder o seu filho há poucos meses poderia ser rotulado como “mentalmente insano”.
A ideia dos autores, ao retirar esta regra de exclusão, é justificada pelo fato de que um quadro depressivo pode ter diversas causas, inclusive a perda de uma pessoa próxima, de um animal de estimação ou de um emprego ou posse. Na verdade, a depressão pode ter tantas causas que ainda é uma grande questão dizer exatamente qual é a causa da depressão.
Por isso, o que esta ausência no novo manual tenta trazer é a possibilidade do reconhecimento de um quadro depressivo, durante o processo de luto, para que esta pessoa possa vir a ter acesso aos cuidados de um profissional capacitado.
Evidente que o luto é bastante determinado por fatores culturais. O DSM não deixa de reconhecer a determinação cultural. A preocupação dos autores vai na direção da não-negação do tratamento para quem vier a precisar, ainda que a possível causa do estado depressivo seja o luto.

A questão do tempo do luto

Na medida em que o luto pode ser a causa de um quadro depressivo (transtorno depressivo maior) e, na medida em que o diagnóstico para o transtorno depressivo maior inclui em um dos seus critérios o tempo de no mínimo duas semanas para a presença dos sintomas, existe a possibilidade de que uma pessoa seja diagnosticada como depressiva após duas semanas do acontecimento da perda.
Entretanto, é extremamente raro que uma pessoa em luto procure ajuda em tão pouco tempo, a não ser em casos muitos graves, que envolvam tentativas de suicídio ou psicose.
De toda forma, o tempo mínimo é questionável. Uma pergunta mais complexa é o tempo máximo que seria “natural” para uma pessoa ficar de luto. Alguns autores mencionam períodos que vão de seis meses a dois anos. Porém, estes números são incertos.
Uma questão que seria melhor de fazermos é a diferença entre o que uma pessoa vivencia em luto e o que vivencia em uma depressão.

Sentimentos na depressão e no luto

Uma diferença fundamental reside nas emoções. Uma pessoa em luto certamente sente dores e tristezas profundas, mas tais sentimentos são contrabalanceados com momentos em que a lembrança da pessoa querida é mais forte e, paradoxalmente, traz sentimentos de alegria e contentamento. Ou seja, a pessoa vivencia altos e baixos. Por um lado, chora a ausência e, por outro, ao se lembrar da presença, ri e até agradece a possibilidade de ter tido a oportunidade de conviver com aquela pessoa tão especial.
Já uma pessoa com depressão provavelmente não terá estes altos e baixos. Sua vivência tenderá a ser muito mais para “baixo”, para a tristeza, para a dor, para a falta de sentido ou vontade de fazer as coisas.
Além disso, os autores do DSM concordam com Freud quando este diz que o paciente deprimido, em geral, apresenta sentimentos de baixa autoestima.

Conclusão

A grande mudança entre o DSM-IV e o DSM-5 consiste na exclusão na regra que dizia que uma pessoa em luto não deveria ser diagnosticada como tendo transtorno depressivo maior. Esta mudança, embora tenha sido e ainda seja criticada, possui a vantagem de mostrar para os clínicos que um paciente em luto pode estar vivenciado um quadro depressivo que pode, inclusive, ser grave.
A ideia central é que este paciente que esteja passando por um luto e uma depressão – concomitantemente – possa ser atendido com o tratamento adequado.

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Feliz Dia dos Pais!

Neste dia, onde os filhos buscam palavras para
expressar o seu amor e gratidão aos pais,
a Santa Madalena Assistência Funeralnão poderia
deixar de homenagear nossos amigos, associados e colaboradores.
Recebam nosso abraço fraterno!
FELIZ DIA DOS PAIS

segunda-feira, 20 de julho de 2015

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Dores que nunca devemos ignorar

É comum que de vez em quando sintamos dor de cabeça, dor no estômago, dores nas pernas etc. Devido a nossa pressa e as nossas obrigações diárias preferimos tomar algum analgésico para voltar a nossa rotina sem dar muita importância a estes sinais. Também é verdade que não há razões para entrar em pânico, é importante apenas estar ciente de quais dores devemos realmente dar importância. Acompanhe neste artigo quais são.

As dores sempre são sintomas de alguma disfunção ou, ainda, que estamos cansados, estressados, que estamos fazendo uma má alimentação, que existe algum tipo de inflamação em nosso corpo etc., nem sempre são aspectos graves, mas há determinados sinais que devemos considerar para diferenciar algumas dores de outras. Recorrer aos analgésicos nem sempre é bom, por isso vamos explicar em quais tipos de dores devemos prestar mais atenção.  

Que tipo de dores devo prestar mais atenção?

Dor intensa nas costas

    Tips-espalda
  • Não se trata de uma sobrecarga muscular, não é a típica dor nas costas que podemos sofrer em função de má postura ou cansaço. Trata-se de uma súbita pressão nas costas acompanhada por uma dor penetrante com sensação de ardor. A que isso se deve? Os médicos avisam que este tipo de dor, deve-se a um aneurisma da aorta torácica, devido a uma arteriosclerose. As artérias vão endurecendo pouco a pouco e podemos sentir dor tanto no peito como nas costas.
  • As dores nas costas também podem indicar pedras no rim, mas neste caso a dor é mais forte e em um lado das costas. 

Dor pungente no abdômen

dolor.estomago
  • As dores no abdômen são muito comuns, mas você tem que saber diferenciar quais são as mais graves. Previamente verifique a sua temperatura, se você tiver febre então é sinal que existe alguma inflamação. Se a dor é muito pungente e no lado direito do ventre, então, você pode sofrer de apendicite. Também pode estar sofrendo com uma pancreatite ou uma inflamação da vesícula biliar.
  • Se a dor se apresenta embaixo do esterno, é provável que seja umapancreatite. Mas, será sempre seu médico quem te dará o diagnóstico. Nós apenas informamos que as dores centralizados no abdômen sempre devem ser observadas com atenção.

Dor transitória no peito

    Corazon
  • Dores fortes que aparecem rapidamente no peito, que se estende para o pescoço e inclusive braços, tudo isso são sintomas de problemas cardíacos que devem ser observados com muita atenção. Se você se sente cansado(a) ao fazer algum esforço mínimo, se sente náuseas quando está subindo escadas, por exemplo, são indícios que você deverá observar.

Dor ao urinar

    Dolor-al-orinar
  • Se você sente dores, ardores cada vez que vai ao banheiro é sintoma de que está sofrendo uma infecção. As infecções urinárias dão este tipo de sintomas, além disso, também podem dar um pouco de cansaço, febre e inchaço no ventre. O mais comum nestes casos é que você tenha umacistite, um problema no rim, alguma pequena irritação ou algum problema na bexiga. Será sempre o seu médico quem, como sempre, poderá te dar um diagnóstico.

Desse modo, perceba que nem sempre você deve se alarmar diante algumas dores que aparecem. Conforme mencionamos no início, as dores mais comuns não tem tanta importância: uma dor de cabeça por não ter comido bem neste dia, dores nas costas por má postura, dor nas pernas por má circulação etc., são problemas comuns. Agora, em outras situações a dor é um indício de uma doença que devemos considerar. Nunca descuide, por exemplo, de uma dor intensa no abdômen ou no peito, nestes casos, procure um médico para ser examinado(a). A saúde sempre em primeiro lugar.
Fonte: http://melhorcomsaude.com/dores-nunca-devemos-ignorar/

quarta-feira, 1 de abril de 2015

A "SANTA MADALENA ASSISTÊNCIA FUNERAL"

deseja à todos os colaboradores e clientes 

uma FELIZ PÁSCOA,

cheia de paz, amor e muita saúde!

quinta-feira, 26 de março de 2015

O entendimento da morte para profissionais da saúde


Resumo: Com o decorrer do tempo na cultura ocidental, o tema de morte é vista pela sociedade com preconceito, onde muitas pessoas encontram dificuldades de se falar sobre esse assunto. Os profissionais de saúde que trabalham diariamente com a possibilidade de morte encaram-na como um resultado não desejado diante do objetivo de sua profissão, que é a busca da saúde e a cura das doenças. Se sentem frequentemente responsáveis pela manutenção da vida de seus pacientes, que muitas vezes encontram-se gravemente enfermos gerando situações acompanhadas de grande sofrimento, provocando em muitos deles sentimentos de impotência, culpa em relação à perda dos pacientes. Este estudo buscou compreender e refletir sobre a importância e a necessidade dos profissionais terem conhecimento sobre o tema de morte e o processo de morrer. Participaram do estudo 13 técnicos de enfermagem de ambos os gêneros, com idade entre 23 e 54 anos, atuando profissionalmente na clínica médica de um Hospital Geral. Como principais dados identificados na análise do conteúdo das verbalizações dos participantes identificou-se sentimento de compaixão e impotência, frente ao processo de morte. Com relação à percepção do processo de morrer, identificou-se que os profissionais a compreendem como um ciclo natural da vida. Através da análise das entrevistas dos profissionais foi possível identificar a necessidade da preparação emocional dos mesmos, frente aos sentimentos vivenciados por estes durante o processo de morrer de seus pacientes e da dificuldade de trabalhar esta temática com os familiares.

Introdução

A morte é um dos mais antigos temas, que sempre despertou ampla variedade de emoções e atitudes que remetem geralmente ao medo, à angústia ou à rejeição. E é muitas vezes vinculada com o sobrenatural, o terror, o castigo, a dor, entre outros significados considerados negativos pela sociedade ocidental (ARIÈS, 2012).
A vida como finitude é singular para cada indivíduo e para cada cultura. A morte biológica nem sempre é a mais temida, mas o abandono, a separação, a dor psíquica, assim como a física, marcam tanto a vida quanto as perdas irreparáveis. Com o decorrer do tempo na cultura ocidental, a compreensão do tema de morte vem assumindo cada vez mais a ideia de algo “não natural”, vista pela sociedade com preconceito, como algo impronunciável ou como se não se fizesse necessário pensar (FISCHER, 2007).
Assim, é neste contexto com relação à morte que se encontra o profissional da saúde, pois cotidianamente permanece em conflito, lutando pela vida e contra a morte, tomando para si a responsabilidade de salvar, curar ou aliviar, procurando preservar a vida, já que a morte, na maioria das vezes, é vista por estes profissionais como fracasso, sendo incessantemente combatida, como se fosse responsabilidade de alguém da equipe hospitalar impedi-la (KOVÁCS, 2012).
Segundo Fischer (2007), a diferença entre as pessoas em geral e os profissionais da área da saúde, médicos, enfermeiros e psicólogos, é que a morte faz parte do seu cotidiano e pode se tornar companheira de trabalho diária, onde estes profissionais tem a possibilidade diariamente de se deparar com ela. Dessa maneira vê-se a importância do conhecimento do tema de morte não somente para equipe de enfermagem, mas para toda a equipe multidisciplinar em que estão envolvidas neste contexto.
A partir desta condição de multidisciplinaridade vê-se a psicologia como ciência, reflexão e prática que cuida das questões do homem, das suas relações com os outros, com o mundo e consequentemente com a vida e a morte. Sendo assim, é de suma importância o psicólogo refletir e questionar sobre este tema, buscando conhecimento para trabalhar com este assunto que é muito presente no cotidiano de diversas áreas de atuação, em especial aos profissionais da saúde, provocando em muitos deles sentimentos de impotência e culpa em relação à perda dos pacientes (KOVÁCS, 2013).
No hospital, onde se prioriza a vida e a busca em salvar o paciente de alguma forma, a ocorrência de morte, pode fazer com que o trabalho da equipe seja encarado como frustrante, desmotivador e sem significado. Da mesma forma, não conseguir evitar ou adiar a morte ou não conseguir aliviar o sofrimento, pode trazer ao profissional, sentimentos de impotência, podendo ser algo extremamente doloroso (KOVÁCS, 2012).
Pensando na necessidade de amenizar o sofrimento de quem passa por esse processo e preparar profissionais sobre a condição de que a morte faz parte do dia-a-dia de trabalho, é que surge a ciência que estuda a morte e o processo de morrer, denominada de Tanatologia.
A Tanatologia tem como objetivo o estudo da morte e os processos de morrer incluindo as perdas e luto. Ela busca preparar e auxiliar as pessoas para tais processos que fazem parte do desenvolvimento humano. Aliviando dessa maneira a dor psíquica e o sofrimento de quem convive ou trabalha no ambiente no qual a morte está presente (FISCHER, 2007). Segundo França e Batomé (2005), a palavra morte traz consigo muitos atributos e associações: dor, ruptura, interrupção, desconhecimento, tristeza. Designa o fim absoluto de um ser humano; coexiste com a vida o que não a impede de ser angustiante e causar medo.
Para Morin (1970), a morte está presente durante a vida toda, pode ser identificada em grande parte das religiões, quando demonstra a busca pela transcendência e sentido na superação da finitude humana diante do mistério da vida. Dessa maneira, é possível compreender que a morte mesmo fazendo parte do desenvolvimento humano, sempre despertou sentimento de medo nas pessoas diante da mesma.
Do ponto de vista psicológico, Kübler-Ross (2000), descreve que o homem passa a se defender de vários modos contra o medo crescente da morte e contra a incapacidade de prevê-la e se proteger da mesma, em nosso inconsciente não podemos conceber nossa própria morte, mas acreditamos na nossa imortalidade. Já para Leite e Machado (2006), o medo da morte como processo de morrer, representa para o homem, um sentimento de separação, de desaparição de si mesmo e de fracasso, por isso as pessoas procuram evitá-la. A vida é sempre vista separada da morte. A morte é vista como um fracasso em não poder evitá-la, com isso há o esquecimento de que a partir do momento em que se nasce, tem-se idade suficiente para morrer, pois que a vida e a morte chegam juntas ao mundo.
Desta forma faz-se a representação de morte com temor da mesma, como se fosse possível eliminá-la da vida (ARAÚJO e VIEIRA, 2004). Os profissionais de saúde que trabalham diariamente com a possibilidade de morte encaram-na como um resultado acidental diante do objetivo de sua profissão, que é a busca da saúde e a cura das doenças. Se sentem muitas vezes responsáveis pela manutenção da vida de seus pacientes, gerando situações acompanhadas de grande sofrimento. Neste caso a morte é considerada como um insucesso no tratamento e um fracasso da equipe, provocando sentimentos de angústia àqueles que a presenciam (ARAÚJO e VIEIRA, 2004).
Para Kovács (2012), a equipe de enfermagem, acaba tendo contato maior com os familiares que acompanham este processo e que estão vivendo situações de ansiedade e desespero diante do sofrimento e da possível perda de seu familiar. Esta família muitas vezes busca respostas, querem confirmação da esperança de cura. E o contato com estas demandas familiares provoca nesta equipe, sobrecarga frente ao fato de que além de ter muitas outras atividades a serem realizadas frente ao cuidado, não se encontra preparada emocionalmente para lidar com este contexto familiar.
Sendo assim, se torna algo indispensável dentro do ambiente hospitalar, que os profissionais de saúde tenham esse conhecimento de forma que se sintam preparados para atuarem no contexto do processo de morte. Frente ao que foi descrito, este estudo buscou conhecimento sobre qual a compreensão que os profissionais de saúde de um Hospital Geral de Santa Catarina possuem sobre a morte.
Este estudo justifica-se pela ausência de conhecimento da temática que envolve a morte e o processo de morrer na formação dos profissionais de saúde, bem como os sentimentos vivenciados e as dificuldades encontradas em trabalhar esta questão; a qual envolve equipe, paciente e os familiares que o acompanham. Os profissionais de enfermagem como todo ser humano, tem suas tristezas, irritações, receio da morte dentre outros sentimentos, devendo procurar na medida do possível, tornar estas tensões mínimas, assegurando que suas respostas individuais não prejudiquem o paciente e seus familiares (PIMENTEL et,al, 1978).
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de natureza básica, descritiva, explicativa de abordagem qualitativa. A amostra do estudo foi composta por 13 técnicos de enfermagem, alocados na clínica médica de um Hospital Geral de Santa Catarina. Para a coleta de dados foi realizada a entrevista estruturada a fim de levantar os dados propostos neste estudo. A coleta de dados ocorreu entre os meses de agosto e setembro de 2014, mediante entrevista previamente agendada, realizada individualmente, em local reservado, na unidade de atuação dos profissionais que aceitaram participar do estudo, assinando o termo de consentimento livre e esclarecido. Para a averiguação dos dados foi utilizada a análise de conteúdo de Laurence Bardin. Este estudo foi encaminhado ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Contestado e obteve parecer de aprovação N 669.135.

Resultados e discussão

Participaram do estudo 13 profissionais técnicos em enfermagem, destes eram 76,93% do gênero feminino e 23,07% do gênero masculino. Em análise da idade dos participantes 38,46% possuem idade de 18 até 25 anos, 15,38% possuem idade de 26 até 33 anos, 23,07% possuem idade de 34 até 41 anos e 23,07% possuem acima de 42 anos.
O quadro abaixo demonstra esta distribuição numérica.
quadro1
Outro dado identificado foi o tempo em que os profissionais participantes do estudo atuam na unidade de clínica médica do hospital, sendo que 15,38% atuam nesta unidade há mais de 12 anos, 0% dos participantes do estudo atuam nesta unidade em um período de 6 a 11 anos e 84,61% dos participantes atuam nesta unidade menos de 5 anos.
O tempo em que se executa as rotinas de trabalho muitas vezes influencia na forma de como administramos as situações rotineiras de nossa atividade de trabalho (CHIAVENATO,1999).
Desta forma é válido considerar que 11 dos 13 profissionais participantes do estudo desenvolvem atividades de técnicos de enfermagem na unidade de clínica médica deste hospital num período inferior há 5 anos. Buscando atender o objetivo central deste estudo foi realizada uma entrevista com todos os participantes e os discursos destes possibilitaram a construção da tabela abaixo.
quadro2
Na construção da tabela de Bardin realizada a partir dos discursos coletados em entrevista, foi possível determinar 4 categorias, 7 subcategorias e 09 elementos de análise. A primeira categoria é representada pelo significado da morte para os profissionais participantes do estudo, esta categoria determinou duas subcategorias positiva e negativa.
A subcategoria denominada como significado positivo apresentou o fim do sofrimento ao paciente como elemento de análise, este elemento pode ser explicado quando os profissionais que acompanham os pacientes no processo de morrer acabam encarando a morte como o fim do sofrimento de seus pacientes e isso é verificado nas falas dos profissionais a partir do discurso do sujeito 12 quando verbaliza (SIC) “É o fim de um sofrimento, porque tem muitas pessoas que se encontram sofrendo muito, a morte vem ser o alívio […], e no discurso do sujeito 10 quando (SIC) “O fim da vida é onde acaba o sofrimento […]”
Para Mota et. al. (2011), compreender a morte como a solução da dor, da angústia e de todo o processo que envolve o morrer é uma maneira que os profissionais encontram para se proteger do sofrimento psíquico decorrente da perda do paciente. Ainda dentro da categoria representada pelo significado da morte, a segunda subcategoria encontrada foi o significado negativo, que apresentou como elemento de análise o início do sofrimento advindo da perda para a família, neste elemento observa-se que os profissionais se sentem comovidos pela dor da perda que o familiar está vivenciando. Este sentimento pode ser identificado na fala do sujeito 11 quando verbaliza: (SIC) “É muito sofrido para a família que fica […]”.
Para Shimizu (2007), o grau de sofrimento normalmente é intensificado de acordo com o tipo de vínculo estabelecido pela equipe de enfermagem entre paciente e os familiares envolvidos. Muitos profissionais ainda sentem essa perda de forma tão acentuada, que é como se o paciente fosse algum membro de sua família. A segunda categoria é representada pela percepção do profissional sobre o processo de morrer de seu paciente, a qual determinou a subcategoria percepção positiva que possibilita a análise de um único elemento presente, sendo o processo natural do ciclo de vida.
No elemento de análise processo natural do ciclo de vida, os profissionais descrevem a morte como um processo natural do ciclo de vida, pelo qual todos os seres humanos irão passar. Dessa maneira isso possibilita para os profissionais uma melhor aceitação da morte de seus pacientes. Isso pode ser identificado nas falas dos profissionais a partir do discurso do sujeito 12 quando verbaliza (SIC) “É uma situação normal, natural dentro de uma realidade prescrita […]”, e no discurso do sujeito 13 quando verbaliza (SIC) “A morte e o morrer é algo corriqueiro, é parte do meu dia-a-dia então ela é normal […]”.
Para Ribeiro, Baraldi e Silva (1998), pensando na morte em seu aspecto biológico e racional é fácil fazer seu diagnóstico como um acontecimento que completa o ciclo que é de nascer, crescer, envelhecer e morrer. Porém, quando ela ocorre não está desprovida de contextos emocionais, por representar o rompimento de um vínculo com alguém que se goste ou não, que não mais fará parte dos vivos.
A terceira categoria representada pelos sentimentos vivenciados pelos profissionais determinou duas subcategorias; sendo positiva que determinou o elemento de análise compaixão e a subcategoria negativa que determinou o elemento de análise impotência. Quanto ao primeiro elemento de análise compaixão, percebe-se que os profissionais sentem: cuidado, atenção e solidariedade pelos familiares enlutados, compartilhando dos sentimentos vivenciados por estes. Como podemos identificar nas falas dos profissionais a partir do discurso do sujeito 01 quando verbaliza (SIC) “Perda, compaixão das pessoas que ficam: dos familiares e amigos […]”, e no discurso do sujeito 03 quando verbaliza (SIC) “A gente compartilha junto os sentimentos, da dor que a família sente em perder alguém […]”.
Segundo Gutierrez e Ciampone (2006), a relação entre prazer e sofrimento no trabalho dos profissionais de enfermagem, evidencia que esses profissionais valorizam a necessidade de demonstrar afeto e dedicação ao lidar com a dor e o sofrimento do paciente e de seus familiares, como algo que confere significado ao trabalho, polarizando o prazer na realização das atividades inerentes ao cuidar. Já na segunda subcategoria, representada pelo elemento de análise impotência, permite-nos identificar que os profissionais verbalizam sentimentos de impotência diante do processo de morrer de seu pacientes, isso se deve ao fato que os profissionais de saúde carregam a responsabilidade da cura das doenças e a manutenção da vida de seus pacientes, dessa maneira, o não conseguir evitar a morte gera tal sentimento de impotência.
Como podemos identificar nas falas dos profissionais a partir do discurso do sujeito 01 quando verbaliza (SIC) “Não poder ajudar mais o paciente, não chegar ao resultado esperado que seria a recuperação do paciente, me faz sentir impotente […]”; também no discurso do sujeito 03 quando verbaliza (SIC) “Sensação de falta, de que poderia ter sido feito mais pela equipe, para tentar ajudar o paciente, isso me faz sentir impotente perante mim, a equipe e os familiares […]”; e no discurso do sujeito 12 quando verbaliza (SIC) “Tenho sentimento de Impotência, vontade de ajudar mais, para que eles permaneçam vivos […]”.
Segundo Silva e Ruiz (2003), é explicável, em algumas instâncias, o fato dos profissionais sentirem-se impotentes diante da perda de um paciente que está sendo assistido. Esse “fracasso” não se traduz somente como um fracasso nos cuidados empreendidos, mas como uma derrota diante da morte e da missão implícita das profissões em saúde: salvar o indivíduo, minimizar sua dor e seu sofrimento, trazê-lo à vida.
A quarta categoria é representada pelas estratégias utilizadas pela equipe para trabalhar com a situação de morte de seu paciente e determinou duas subcategorias sendo estas: positiva representada pelos elementos de análise espiritualidade e equilíbrio profissional e a subcategoria negativa representada pelos elementos de desapego, frieza. No primeiro elemento de análise que se refere à espiritualidade, identifica-se que os profissionais utilizam esta estratégia como um fator que lhes dê amparo nas situações que envolvem a morte e o processo de morrer, gerando certo conforto emocional.
Como pode ser identificado nas falas dos profissionais a partir do discurso do sujeito 07 quando verbaliza (SIC) “Busco conhecimento espiritual […]”; e no discurso do sujeito 01 quando verbaliza (SIC) “Procuro rezar, isso me ajuda a seguir em frente sem me abalar […]”.
Para Silva e Ruiz (2003), a religião e espiritualidade nesse sentido, parecem funcionar como um ansiolítico diante da morte e do processo de morrer. Torna a morte apenas um fato, de certa maneira, gerando com isso uma tranquilidade nos profissionais que convivem diariamente com a morte e o processo de morrer. Ainda dentro da categoria representada pelas estratégias utilizadas pela equipe, para trabalhar com a situação de morte de seu paciente, na subcategoria positiva, que possui como elemento de análise o equilíbrio profissional, verifica-se que os profissionais mesmo em momentos em que acompanham o processo de morrer de seus pacientes buscam manter o equilíbrio profissional de maneira que este momento seja o menos doloroso, tanto para familiares quanto para eles mesmos.
Isso pode ser identificado nas falas dos profissionais a partir do discurso do sujeito 08 quando verbaliza (SIC) “Mantenho a calma e tento confortar o paciente […]”; também no discurso do sujeito 10 quando verbaliza (SIC) “Passar tranquilidade para a família e para o paciente, isso faz parte do meu trabalho, tenho que ser profissional nesta hora […]”; e no discurso do sujeito 09 quando verbaliza (SIC) “Procuro a compreensão do caso, estudo da patologia[…]”. Segundo Fischer et al, (2007, p. 6).
Trabalhar numa instituição hospitalar se configura em assistir o outro, em colaborar, em cuidar. Assim, para lidar com as dores, ansiedades, angústias, medos e sofrimentos dos pacientes, para conviver com o desespero, a revolta e a incompreensão dos familiares, é preciso que a equipe tenha respaldo de um trabalho psicológico capaz de oferecer o suporte emocional necessário (FISCHER et al, 2007, p. 6).
Ainda dentro da categoria representada pelas estratégias utilizadas pela equipe para trabalhar com a situação de morte de seu paciente, na subcategoria negativa, ao se analisar o elemento desapego, identifica-se que os profissionais usam como forma de defesa para poder enfrentar o processo de morrer de seus pacientes, não se apegar aos mesmos. Isso pode ser verificado no discurso do sujeito 05 quando verbaliza (SIC) “Procuro não me apegar ao paciente […]”.
Spíndola e Macedo (1994), afirmam que a insensibilidade aparente do profissional, ao vivenciar mais uma perda, significa um mecanismo de defesa utilizado com o fim de “suportar” a situação cotidianamente. Já no elemento de análise (ainda dentro desta mesma subcategoria) que se refere à frieza, identifica-se que os profissionais tentam não se envolver com o paciente como uma forma de proteção dos seus sentimentos, utilizando dessa estratégia como uma maneira encontrada para poder lidar com este processo.
Isso fica claro na fala do sujeito 11 quando verbaliza (SIC) “Procuro me mostrar da forma mais fria possível para não me afetar, uso isso como uma defesa para mim […].” Silva, Ribeiro e Kuse (2009), descrevem que o profissional internaliza a crença de que seus sentimentos devem ser contidos perante o paciente, desse modo é construída uma atitude frente à morte, a qual o profissional que tem a propensão de se mostrar “frio” ou indiferente no processo de morrer de seus pacientes, uma vez que acredita que reconhecer o seu sofrimento significa mostrar-se vulnerável, colocando em risco a preservação do princípio da boa técnica.
Desta forma é possível identificar no decorrer deste estudo que o processo de morrer do paciente provoca uma série de sentimentos no profissional de enfermagem, de forma que o mesmo procure buscar estratégias para elaborar demandas diárias desencadeadas pelas rotinas de seu trabalho.

Considerações finais

Através deste estudo, pode ser identificada a rotina de trabalho dos profissionais de enfermagem quando relacionada ao processo de morte e de morrer, que provoca no grupo estudado sentimento de compaixão e empatia para com a família do paciente que acompanha este processo.
A morte em alguns momentos é relatada pelos profissionais como um alívio e fim do sofrimento do paciente que é percebida como um processo natural do ciclo de vida. Também foi identificado que os profissionais apresentam sentimentos de tristeza e impotência frente ao fato de não conseguir evitar a morte de seus pacientes, na qual utilizam como defesa a espiritualidade e o equilíbrio profissional.
Segundo Kovács (2013), para os profissionais da área da saúde a morte faz parte do dia-a-dia de trabalho, porém estes profissionais encontram-se muitas vezes, despreparados e apresentam dificuldades para lidar com este processo, podendo indicar um despreparo do profissional para lidar com a morte de seu paciente no que se refere a questões emocionais.
Através dos resultados deste estudo identificou-se a importância dos profissionais de saúde, os quais tem a morte como parte do seu cotidiano, terem um preparo psicológico, proporcionando a elaboração dos seus sentimentos que envolvem o medo, tristeza e angústia da equipe de saúde frente a esse processo. Tal preparo auxilia a equipe no melhor desempenho de suas funções como profissionais no trabalho, facilitando a interação de equipe, paciente e família.
Desta forma, conclui-se que existe a necessidade de serem discutidos assuntos sobre o tema de morte e o processo de morrer na formação dos profissionais de saúde na qual são preparados para a cura, esquecendo que a morte fará parte do seu cotidiano profissional de maneira que se sintam seguros e preparados ao terem que trabalhar frente a esta temática.
Fonte: https://www.psicologiamsn.com/2015/03/hospital-o-entendimento-da-morte-para-profissionais-de-saude.html

terça-feira, 3 de março de 2015

Como sobreviver a um infarto se estiver sozinho - IMPORTANTE!

O infarto agudo do miocárdio, comumente conhecido como ataque cardíaco, é uma das condições que mais causa mortes em todo o mundo. Se sofrermos um infarto na companhia de outras pessoas, nosso primeiro instinto será pedir ajuda. Mas e se estivermos sozinhos?
Nossas chances de sobreviver a um infarto estão totalmente associadas ao nosso grau de preparo para lidar com ele, principalmente quando não temos ninguém por perto para nos ajudar.
O ataque cardíaco ocorre quando o fluxo de sangue rico em oxigênio para uma determinada parte do coração é obstruído, e com isso, o oxigênio necessário para que esse músculo funcione normalmente não chega. Se o fluxo sanguíneo não for restaurado rapidamente, esta parte do músculo cardíaco começa a morrer, e a condição pode evoluir para uma parada cardíaca e causar a morte.
Dessa forma, devemos estar preparados para lidar com esta situação da melhor forma possível, e aumentar as nossas chances de sobrevivência.

Como prevenir o infarto?

Como diz o ditado: é melhor prevenir do que remediar. Os ataques cardíacos podem ser causados pelo hábito de fumar, pressão arterial alta, sedentarismo, colesterol alto e dieta rica em gorduras saturadas e trans.
A melhor maneira de prevenir um infarto é evitando as condutas que podem causá-lo, e fundamentalmente mantendo hábitos alimentares saudáveis, ingerindo muitas frutas, vegetais, legumes, grãos integrais e proteínas magras.

A prática de atividade física também é importantíssima para a prevenção, e não pode ser esquecida. Se você leva hoje uma vida sedentária, comece a fazer algum tipo de exercício diariamente, mesmo que seja somente uma caminhada, e aumente a intensidade com o tempo. Seu coração agradecerá.

Quais são os sintomas do infarto?

A principal forma de estar preparado para um ataque cardíaco é conhecer bem os seus sintomas e agir de forma rápida se sentirmos qualquer um deles.
  • Sensação de aperto no coração
  • Náusea, que costuma ser sentida especialmente por mulheres
  • Falta de ar
  • Dor extrema no peito
  • Palpitações no coração
  • Batimento cardíaco acelerado
  • Dor na parte superior do abdômen
  • Dor ou desconforto nos braços, mandíbula, pescoço ou dentes
  • Tontura
  • Fraqueza, que pode inclusive evoluir para um desmaio
  • Suor excessivo
  • Sensação muito forte e repentina de mal estar
Se você ou alguém que você conhece estiver padecendo algum deles no dia-a-dia, vale a pena consultar um cardiologista para investigar o problema e garantir que esteja tudo bem com a saúde do coração.
Se estes sintomas surgirem de forma repentina e forem muito intensos, são grandes as chances de que se trate de um infarto.

O que fazer diante de um infarto?


Há algumas orientações fundamentais a serem seguidas por quem estiver passando por um ataque cardíaco, principalmente se estiver sozinho.
  • A primeira coisa a fazer é ligar para a emergência imediatamente, mesmo que você não tenha certeza de que se trate de um infarto. Explique a situação e siga as orientações que lhe forem fornecidas.
  • Se você sentir os sintomas enquanto estiver dirigindo, pare o carro imediatamente. Pode ser que você desmaie em poucos segundos, portanto, mesmo estando muito próximo de um hospital, a recomendação é encostar o carro para não colocar a sua vida e a dos outros em risco.
  • Se possível, tome uma aspirina ao sentir o primeiro sinal de infarto. Ela é capaz de reduzir a coagulação sanguínea e melhorar a circulação. Lembre-se de mastigar a aspirina em vez de engoli-la inteira, para que o efeito seja mais rápido.
  • Enquanto espera pela chegada da ambulância, tente relaxar e se mover o menos possível, já que ações bruscas podem piorar ainda mais a situação.
  • Naturalmente, iremos reagir ao infarto respirando de maneira intensa e rápida, mas deveríamos fazer exatamente o oposto. Tente relaxar e respirar calmamente, para reduzir a velocidade dos batimentos cardíacos.
  • Tente aumentar o fluxo de oxigênio para o coração, mas não faça isso respirando profundamente. Deite no sofá ou no chão e coloque as pernas para cima, já que isso levanta o diafragma e torna mais fácil respirar. Fique próximo a um ventilador, ar condicionado ou brisa fresca, e respire o ar calmamente
  • Não ingira nenhum líquido ou alimento, já que eles podem causar complicações e dificultar o trabalho dos paramédicos
Se você já foi diagnosticado com alguma doença cardíaca, mantenha sempre seus remédios com você e, dependendo da severidade do caso, considere manter um cilindro de oxigênio em casa.
Durante um infarto ou suspeita de infarto, siga estas recomendações à risca para aumentar suas chances de sobrevivência, e compartilhe-as com sua família e amigos para que todos estejam preparados se o ataque ocorrer enquanto estiverem sozinhos.