terça-feira, 14 de setembro de 2010

Reprodução SMA da palestra do Emílio Moriguchi

Hábitos saudáveis e a qualidade de vida
"É preciso sentir-se útil, manter uma atividade produtiva, ter amigos",
ensina o professor da PUC-RS

O médico Emílio Moriguchi, professor do Instituto de Geriatria e Gerontologia da Pontifícia Universidade Carólica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), trouxe para o V Fórum da Longevidade as esperiências de duas comunidades da Região Sul: os italianos de Veranópolis e os imigrantes japoneses de Okinawa, residentes em Porto Alegre. Filho de Yukio Moriguchi, médico e pesquisador japonês, pioneiro na implantação das disciplinas de Geriatria e Gerontologia na formação acadêmica no Brasil e fundador do IGG-PUC-RS, em 1972, o professor Emílio Moriguchi sempre estudou os desafios impostos pela longevidade.

Para Moriguchi, não é o material genético que ajuda no envelhecimento ativo, com qualidade de vida, mas sim o estilo de vida. Os imigrantes naturais de Okinawa perderam dez anos de vida ativa por força da mudança de hábitos alimentares, como a introdução de carnes e doces na dieta em substituição à alimentação habitual composta de peixes, algas e soja. A mudança fez aumentar casos de obesidade e hipertensão.

A pesquisa mostrou que voltando aos bons hábitos alimentares a qualidade de vida era recuperada. Mais: "É preciso sentir-se útil, manter uma atividade produtiva, exercer seu papel na família e na sociedade, ter amigos e manter a fé e a razão para viver".

Já na cidade gaúcha de Veranópolis, colonizada por italianos e conhecida como Terra da Longevidade, o que se viu foi o oposto. No Brasil, a longevidade desses imigrantes é maior que a de seus pares no norte da Itália, por força da alimentação saudável. O médico aconselha um cardápio com preferência a grelhados, verduras e legumes, dormir entre 7 e 9 horas por noite e, finalmente caminhar 40 a 50 minutos diariamente.